Contos: Marca Mortífera - Mundo Destrutivo


Olá, variáveis! Hoje temos mais uma novidade por aqui, uma história futurística, porém com um tema muito atual, estará sendo contada por mim, João. Continuem lendo para conhecerem Charlie e os seu dilemas.

Sinopse:  
Numa Terra futurista onde o caos se instalou por causa de um ditador que busca a qualquer custo a receita para o clone humano perfeito, incapaz de sentir qualquer coisa, uma pessoa gênero fluído luta por debaixo dos panos para conquistar o mundo perfeito que a muito já foi esquecido, onde pode-se amar outros semelhantes sem uma jura de morte vindo de companhia.



Mundo Destrutivo

É um triângulo equilátero parcialmente prateado de lados com cerca de três centímetros implantado direto no meu pescoço. Para que feitio maldoso isso poderia servir você pode estar perguntando... Bem simples, um instrumento de tortura que além de me marcar por já ter nascido diferente, pode injetar um veneno mortal no meu sistema circulatório, me eletrocutar ou só causar uma pequena explosão hemorrágica nessa área. Eu sou Charles, ou Charlotte, depende do dia na verdade, na dúvida me chame de Charlie...

04/06/2074

Levanto-me homem às 7 da manhã, "Amor enfraquece, luxúria enlouquece, apenas trabalho fortalece", recito este hino doentio mais uma vez para a câmera presente na porta do meu banheiro, tomo uma ducha e já na frente do meu guarda-roupa coloco uma camisa social e uma calça de linho preta por cima da roupa íntima "samba canção" que sou forçado a usar por ser menos atrativo a outros, cabelo penteado para trás amarrado em coque, sapatos de couro perfeitamente amarrados por cima de finas meias negras.
Esse é o procedimento cinza, que é o que nós seres sociais devemos aguentar antes de sairmos das nossas casas nesse mundo dominado pela necessidade de um humano perfeito.
Trabalho como pesquisador na área de clonagem humana atualmente, o que eles querem é um ser exemplar sem qualquer tipo de problema de saúde e com uma grande facilidade pra ganhar massa corporal. Muitos dizem que esse tipo de governo ditatorial que presencio é semelhante ao movimento nazista da segunda guerra mundial e que essa marca no meu pescoço é algo inspirado no triângulo rosa dessa mesma época, forma de efetuar uma maior atenção nas torturas às pessoas LGBT+.
Caminho pelas ruas de Scheiden, minha cidade natal, em busca do edifício em que trabalho. Moro onde um dia já foi chamado de Salem, capital do estado de Oregon, nos Estados Unidos... Com os movimentos tectônicos aumentando no decorrer dos anos, todos os continentes encaixaram novamente, dessa vez para sempre, por isso a dominação dessa organização maléfica foi tão efetiva.
Por não estar prestando atenção, ao atravessar a rua eu quase sou atropelado por um modelo novo de carro flutuante que  percebo ser do meu chefe.

            - Ei, você está cego ou o que? - Martin grita, parando seu carro - Vai! Anda logo, está se atrasando pro seu turno.

Apresso o passo tentando ao máximo não aborrecê-lo mais, o prédio espelhado está a minha frente agora. Entro e cumprimento o porteiro robô, passo pela cancela e subo até o 4º andar. Faltando pouco para chegar a minha sala de trabalho, sou parado pelo segurança do setor e com ele segurando com força a minha blusa, escuto uma pergunta vindo dele...

- Como diabos apareceu essa marca de batom na sua camisa?


Gostaram do primeiro capítulo do meu conto? Comentem aqui embaixo e não ser esqueçam de compartilhar, isso ajuda muito na divulgação do nosso trabalho e faz com que cada vez tenhamos mais histórias por aqui.

Até a próxima! 💙

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