Olá, variáveis!!! Venho trazer com muito orgulho o texto de apresentação do personagem Oliveira, um camarada que escreverá diversas crônicas reflexivas para vocês, após lerem a apresentação entenderão melhor do que estou falando.
Meu nome é Oliveira, eu estou morto há 77 anos. Exatamente, como
pensastes, sou um fantasma. Se fôssemos considerar a existência da alma, teria
156 anos, um tempo considerável. De 1861, data em que nasci, até os dias atuais, muitas coisas aconteceram nesse mundinho terreno. Guerras e revoluções; queda
de monarquias e repúblicas proclamadas; inovações tecnológicas e suas
consequências... As coisas mudaram e muito, mas não estou aqui para falar de
história, bem, digamos que não diretamente.
Que eu sou uma alma penada vocês já compreenderam, do contrário seria
como uma múmia egípcia, ou como vocês chamam agora, eu seria um verdadeiro
"zumbi" com todos esses anos em minhas costas.
Ainda falando sobre ser um fantasma, saibam que não é nada
fácil, parece atraente ter a eternidade, viver anos e anos, sem um fim
eminente. O fato é que o meu fim já aconteceu, queira pareça, queira não
pareça. Jamais serei o garoto de vinte anos que tinha todo um caminho pela
frente, verdade que tecnicamente ainda estou vivo, embora quase ninguém me
veja, o problema real é que o que faço não tem mais importância, não tenho
impacto na sociedade, a realidade é que nem existo mais nela. Existo apenas no
mundo astral, procuro não pensar muito na minha situação, como me tornei um
fantasma; se tenho uma missão; evitar essas questões me faz não perder a cabeça,
mais uma vez... A propósito, morri decapitado, e não, minha cabeça
fantasmagórica não está descolada do pescoço. Na verdade, não foi bem "decapitado", o meu pescoço estava mais para esmagado, pela minha própria casa, se me permitem o comentário, acredito que nem mesmo ela gostava tanto da minha pessoa. Bom, aparentemente quando morremos o
nosso espírito fica livre das marcas, com exceção das que o próprio tempo
provoca, algo que polpa bastante a visão dos médiuns, não é mesmo?
De forma resumida, sou um fantasma de um velho que vaga pelo mundo,
acredito que com aspecto cansado, afinal são bons 77 anos de não vida. Costumo
evitar as perguntas existencialistas e não existencialistas que tenho no meu
interior, se é que existe um interior aqui, mas ironicamente observar e
analisar as questões humanas se tornou um verdadeiro deleite para a minha
pessoa. Quando se está morto e não se pode comer ou dormir, duas das grandes
graças da vida, a consequência é se tornar um filósofo, meio psicólogo, meio
sociólogo de meia tigela. Sim, muitos meios, muita insolidez além do meu
próprio corpo semitranslúcido.
Sendo eu este ser vagante analítico, que lugar seria mais
adequado como minha casa do que um vagão de trem? Isso mesmo, vou "vagando
de vagão em vagão", como as próprias pessoas fazem nas fases da vida
carnal, um trocadilho estúpido de que gosto bastante. Verdade que já não fazem
mais trens elegantes como antigamente. Saudades de toda aquela pompa que
presenciei... Agora o nome da coisa que anda pelos trilhos é "metrô",
assim que os carnais os chamam. Confesso até que este meio de transporte está
mais ágil e tudo mais, contudo o luxo e conforto se foram, pelo que tenho
observado e ouvido, luxo mesmo é que a pessoa ao seu lado esteja limpa e
cheirosa. Sorte a minha de não ser capaz de sentir cheiros.
Pois bem, este cara sou eu, ou melhor, este plasma sou eu. Agradeço
imensamente a não vida por convenientemente existirem papéis e canetas
fantasmas, na realidade sou grato por existirem fantasmas de tantas coisas, uma
pena apenas que não haja comida para seres como eu. Enfim, o bom é que com o
papel e a caneta, expresso o meu vazio e as reflexões, estas últimas ao menos
podem ter algum valor se um dia chegarem a ser vistas.
Música para permear a história em vocês
Foi isso, pessoal, este é o Oliveira e ele irá marcar ponto nesta nova coluna com suas reflexões sobre a vida, aos poucos vocês saberão um pouco mais sobre o próprio personagem. Espero que tenham gostado, se sim, acompanhem o blog para não perderem nada sobre este velho fantasma.
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Beijão!!! Até a próxima. 😉💓
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