Olá variáveis, gostaria de pedir compreensão, pois o texto de hoje é mais um desabafo e uma homenagem do que qualquer outra coisa.
Na vida geralmente temos pessoas próximas, da nossa família, que amamos tanto a ponto de colocá-las como base de sustentação, como porto seguro. Aos meus 9 anos de idade perdi o meu primeiro avô, foi terrível ver o meu pai desolado, mas somos impotentes quando a questão é a morte, o que podemos fazer é aceitar e lidar com a falta deste ente especial, superei, claro, com a saudade sempre apertando o coração, foi então que aos 10 anos, no ano seguinte, perdi o meu segundo avô, ai então fiquei sem chão, meu avô, meu pai, meu irmão, meu amigo, meu tudo, tinha acado de me deixar sem a sua companhia neste mundo.
Alguns capítulos depois, descobri com a vida que pessoas que não são do nosso sangue podem ter uma relação tão forte, ou até maior que os de sangue tem conosco. Conheci uma família que já era amiga do meu pai a um bom tempo, logo de cara me apaixonei por todos eles, fiquei tão confortável ao seu lado que senti como se tivesse ganhado uma nova avó, um novo avô, alguns irmãos... Me senti parte desta família.
Essa família parece até de conto de fadas, a mãe e avô, um doce, mas um doce com bastante personalidade, as filhas, o que dizer, uma palhacinha e outra que nem chega a ser palhaça, mas que arranca cada sorriso da gente...
Se eu fosse falar das características boas de todos, usaria dois parágrafos, mas não posso deixar de citar o mais importante neste dia, Guto, o pai e avô desta família, uma pessoa incrível, uma das melhores que já conheci, calmo, suave como uma pena, mas de uma presença arrebatadora, como uma onda forte batendo sobre as pedras, escritor, advogado, cronista e também parecia levar a bondade e o carisma como profissão.
Eu ganhei a chance de ter um avô novamente e tive, e amei, e ainda amo. Infelizmente, tudo que vive, um dia morre e os céus levaram o meu terceiro avô. Minha pergunta é, como viveremos sem essa onda preenchendo os nossos corações? Não viveremos, não sem ele, ele permanece, mas dentro de nós.
Guto, você foi e sempre será a minha inspiração para continuar escrevendo, não cheguei a ver os seus contos e crônicas, mas posso imaginar o quanto eram bons. Porém, não vou lembrar de você só assim, vou guardá-lo no meu coração como uma esperança que aquece a minha alma, a esperança de que a vida me traga mais pessoas como você.
A família, dou os meus sentimentos e peço que não o transforme em uma lembrança que faz doer, mas sim, em uma que faz sorrir e pensar nos bons momentos.
Sarah, sua netinha.